segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ÉPOCA DE 1967

A uma época muito negativa, pelas razões apontadas, seguiu-se uma outra em que a situação se inverteu. Na verdade, e aproveitando o facto de o Pavilhão do Hóquei Clube dos Carvalhos ter sido alugado para a disputas dos campeonatos Universitários, conseguimos, aproveitando as datas livres, ter, pela primeira vez, um período regular de treinos, nos meses invernosos de Janeiro a Março, não só se reorganizando tacticamente a equipa, após a “desarrumação” do ano anterior, como criar um ritmo e um estilo capazes de potencializar as capacidades individuais de um grupo de jovens que, durante alguns anos, viria a ser a base da equipa de seniores do CDUP. Se há a considerar a saída definitiva do Alberto Trancoso, terminada a sua licenciatura em medicina e absorvido por novas responsabilidades pessoais, o facto do ingresso, na época anterior, do José Nunes, para o lugar de guarda redes, que o A. Trancoso desempenhava, permitiu a compensação necessária. O Nunes e eu, (Carvalho e Castro), fomo-nos revezando na baliza ao longo de toda a época, enquanto o regresso do Carlos Fontes do serviço militar veio trazer maturidade a uma equipa em que começavam a despontar, o Mário Montes, o Alfredo Pires e o José Lima, enquadrados pela “jovem veterania” do Jorge Pereira e dos Luís Salvador.

No Torneio de Abertura, que começou a 7 de Abril, fomos incluídos, como habitualmente e por uma questão mais ou menos geográfica, numa série em que só havia um Clube da II Divisão, nela pontificando as melhores equipas da I Divisão do Distrito do Porto. Pouco pudemos fazer, se não rodar, dando sempre uma luta que os melhores, decerto, não esperavam.

Finalmente, começámos a treinar no nosso novo ringue, no Estádio Universitário, no dia 12 de Maio, preparando-nos para o Campeonato Regional de II Divisão, que veio a ter o seu início em 21 de Junho. Foi um Campeonato muito disputado e que só veio a decidir-se no último jogo entre o Águias e o CDUP, no ringue do primeiro. Ganhou o Águias como podíamos ter ganho nós, não só referindo o tal jogo decisivo, mas também todos os que constituíram o Campeonato.

A seguir fizemos os jogos de pqssagem, com o penúltimo classificado do Campeonato da I Divisão. No primeiro encontro, ganhámos por 4x3 e no segundo perdemos por 1x3, num jogo com uma arbitragem muio esquisita
que nos prejudicou de modo flagrante. Um assunto que deu muito que falar...

No dia 8 de Dezembro fizemos o nosso habitual "Festival de Encerramento", com um jogo entre "Novos" e Velhos" e um jantar de confraternização. Aqui fica a constituição das equipas: "Velhos" - Carvalho e Castro, José Abreu, Jorge Pereira, Carlos Fontes e Fernando Ranito; "Novos": José Nunes, Rui Santos, José Lima, Alfredo Pires e Mário Montes. Como habitualmente, - e vá-se lá saber porquê... -, venceram os "Velhos"!!!

Do Relatório do Treinados, Fernando Ranito, transcrevo o seguinte passo:

Fica-nos a consolação de termos conseguido criar uma equipa e um estilo de jogo. Parece que, pela primeira vez desde que treinamos as equipas de oquei em patins do CDUP, vamos, finalmente, conseguir fazer duas épocas seguidas com os mesmos jogadores….A ser assim, estamos certos que a próxima época será ainda melhor do que aquela que está a terminar.”

Como curiosidade acrescentarei uns números, também retirados do referido Relatório: fizemos 35 treinos e 17 jogos, sendo de salientar que os oito jogadores mais utilizados, tiveram um nível de comparência aos treinos, da ordem dos 80%. Também de destacar um outro facto: marcámos, – no Torneio de Abertura e no Campeonato –, 78 golos, tendo, o Mário Montes, “gulosamente”, convertido 33 !


Carvalho e Castro
Festa de Despedida do Carlos Pinto
Machado
Grupo dos "Casados".Lº plano: Jorge Pereira
Carvalho e Castro e Pinto Machado;2ºplano:
José Abreu, Fernando Ranito e José Nunes
como Árbitro...

EPOCA DE 1966


A partir de 18 de Abril, ficámos sem ringue, facto decorrente do início das obras para a construção do Pavilhão Polivalente que iria enriquecer o Estádio Universitário do Porto.
Passámos a utilizar, para treinos e para jogos, o ringue do Boavista Futebol Clube, com todas as dificuldades inerentes: dificuldade em conjugar a ocupação do ringue, com as equipas do Clube proprietário e dificuldades técnicas de adaptação ao um ringue pequeno, com uma área igual a 56,25% da área do nosso ringue… De 40x20 Mts passámos para 30X15 Mts…Foi, por essa razão, uma época negativa, no que diz respeito, não só aos resultados apurados, como à “desarrumação” que a equipa sofreu, como seria de esperar.

No Torneiro de Abertura ficámos numa série com os seguintes adversários: Infante de Sagres, Futebol Clube do Porto, Sanjoanense, Águias do Porto, União de Paredes, Cucujães e Educação Física da Senhora da Hora. Os resultados foram maus, com uma única e memorável excepção: surpreendentemente, empatámos com o Futebol Clube do Porto a dois golos! Acabámos em 6º lugar, o que é realmente muito mau.

Entretanto houve duas saídas de relevante importância: o Carlos Pinto Machado foi viver para Luanda e o José Abreu foi colocado no Liceu de Portalegre. Se considerarmos que o Carlos Fontes e o Luís Salvador continuavam na tropa, constatamos, que, do grupo que iniciou a segunda fase do Oquei no CDUP, só se mantinha em actividade o Jorge Pereira.
Mas entraram três novos jogadores, que vieram a ter uma presença muito marcante nos anos seguintes: O José Luiz da Costa Lima, o Alfredo Pires e o José Nunes, este vindo do SNECI de Lourenço Marques.

No Campeonato Distrital da II Divisão, entre seis equipas, ficámos num triste terceiro lugar. Apesar de termos 15 jogadores de seniores inscritos, pela já várias vezes referida da razão de o Campeonato decorrer durante o período das férias escolares, houve jogos em que eu (Carvalho e Castro) tive de jogar como jogador de campo, tal era a penúria de jogadores disponíveis…

Porque foi um acontecimento marcante, vale a pena lembrar a Festa de despedida que fizemos ao Carlos Pinto Machado. Foi no dia 28 de Maio. Começou com um jogo entre “Solteiros” e Casados”. Depois fomos todos jantar, tendo oferecido ao Carlos uma placa em prata com a assinatura gravada de todos nós. Foi uma cerimónia bonita e aqui ficam os nomes dos participantes: José Nunes, Alberto Trancoso, Eu, José Lima, Alfredo Pires, Mário Montes, Luís Salvador, Carlos Fontes (estes dois últimos milagrosamente vindos da tropa), Rui Santos Artur Delmar e Fernando Ranito. De uma época para esquecer, ficou a memória deste convívio.