sexta-feira, 29 de agosto de 2008

INTERLÚDIO...

Peço licença ao Carvalho e Castro para, aproveitando esta sua pausa, apresentar esta inovação técnológica do nosso Blogue: o SLIDE SHOW!
Trata-se de uma ferramente que irá permitir, a publicação de fotografias fixas, que já era possível, e a publicação simultânea, de conjuntos de fotografias que. determidados temas, justifiquem. Como vêm, as imagens correm por si, podendo-se, no entanto, colocando o rato sobre a foto, parà-las e andar para trás. É o melhor que se pôde arranjar...
Dado a explição "Técnica", passo a justificar o Show com que a apresento a novidade: um conjunto a que eu chamo, os nossos Heróis. Seria óptimo que o sistema permitisse uma legenda em cada fotografia, o que , neste caso, possibilitaria, identificar os "Heróis", o que, infelizmente, não é possível. Aliás, a minha tentativa gorada, de colocar os nomes, pode ser vista no meu Album Web PICASA, de que a seguir indico o Link;(convido-vos a ir lá ): http://picasaweb.google.com/ranito.fernando/OsNossosHerIsEm2008?authkey=gSqrDz9ZU0o
Assim, entendo dever listar os nomes de "os do oquei do CDUP", que fazem parte deste grupo de "Heróis". Porque haverá mais...
Aí ficam os nomes: António Alberto Carvalho e Castro, Dr.José Abreu, Telmo Pinto Basto, Carlos Fontes, Eng. Luis Salvador, Dr. Carlos Pinto Machado, Eng Jorge Pereira, Eng Carlos Tavares Fernandes, Eng. Álvaro Teixeira Bastos,Dr Adriano Pimenta, José Nunes, Dr. José Luis Costa Lima, Dr Carlos Alves, Dr Mário Montes e Fernando Rocha.
As fotografia, foram retiradas e trabalhadas a partir do meu Album, no meu PC.

Fernando Ranito




terça-feira, 26 de agosto de 2008

HISTÓRIA DO OQUEI EM PATINS NO CDUP-De 1950 A 1964 (parte II)

Tinha ficado na referência ao facto "histórico" de, em 1956, o CDUP ter ganho o Campeonato Regional da II Divisão e de se ter conseguido manter nas duas épocas seguintes, na I Divisão.



Na realidade, há que ter em conta a sobreposição da época fulcral dos exames e o decorrer da fase mais importante dos Campeonatos de Oquei em patins, naquela época distante de 1956. Fatalmente que o rendimento e a assiduidade dos atletas, quer nos treinos, quer nos jogos, sofriam uma redução drástica e as consequências foram fatais na época de 1959; retorno à II Divisão a que se seguiu o abandono de alguns jogadores, por diversas razões. De notar que, nessa altura, da equipa pioneira de 1950,apenas o José Abreu se mantinha em actividade, embora como suplente.



A época seguinte foi novamente de crise, que levou os dirigentes a resolverem adoptar um plano drástico: parar uma época para, com calma e ponderação, retomarem a actividade com uma condição considerada básica e imprescindível: a contratação de um treinador devidamente diplomado pela Federação Portuguesa de Patinagem, e a tempo inteiro, isto é, sem dividir a sua actividade com outro ou outros Clubes, e ainda, ser este devidamente remunerado; passava-se assim de contratos de favor, sem contrapartidas objectivas, para um contrato devidamente assinado e com obrigações para ambas as partes.



Como o CDUP é um Clube "sui generis", não se deu a debandada dos seus jogadores, que encararam a paragem como um simples episódio passageiro: apenas um passatempo que sofria uma paragem...



Só dois atletas, o Pinto Machado e o Carlos Fontes, para não estarem inactivos, fizeram uma experiência, e foram jogar para o Futebol Clube do Porto, que, entretanto, tinha reiniciado a sua actividade, nesta modalidade, na época de 1956. Parece que a mudança de mentalidade desportiva que foram encontrar, foi demasiado radical para eles, e acabaram por sair antes da época ter terminado...



Portanto, na época de 1962, surgiu a secção de oquei em patins do CDUP devidamente reestruturada, tendo como Chefe da Secção o Couceiro da Fonseca e como Treinador, o Fernando Ranito, ex-jogador do Vigorosa e diplomado pela Federação Portuguesa de Patinagem no curso de treinadores de 1958. O objectivo principal, seria o de, através da captação de atletas mais jovens, conseguir a formação de juvenis e júniores que permitissem um renovação de valores, sem os sobressaltos anteriores. Diga-se de passagem, que a tarefa era muito difícil, pois os jogadores que estudavam nos Liceus, eram, naturalmente, atraídos pelos grandes Clubes, que dispunham de Pavilhões , assim possibilitando uma perfeita regularidade nos treinos, o que não acontecia no CDUP, onde se treinava e jogava ao ar livre.



Nessa altura, na categoria de seniores, o CDUP dispunha do seguinte plantel: Gomes de Araújo e Nuno Campilho (Guarda Redes), José Abreu, Pinto Machado, Carlos Fontes, Jorge Pereira, Tavares Fernandes, Luís Salvador e António Salvador, estes dois últimos vindos do Boavista.



O pretendido recrutamento de atletas júniores, teve algum êxito no Liceu Rodrigues de Freitas e o certo é que conseguimos concorrer ao Campeonato regional de Juniores.. E aqui ficam os nomes de alguns desses pioneiros da categoria de júniores no CDUP: Igrejas de Basto (Guarda Redes), Carona,Gonzalez, Nicolau de Almeida, Leonardo Coimbra, Pedro Cameira, Ireneu Pais e José Lobo Guedes.. E na época seguinte apareceram mais uns tantos: José Alfredo de Oliveira (Guarda Redes), Mário Mascarenhas Almeida, Mário Montes e Alfredo Pires. De assinalar que, da equipa de juniores de 1962, o Pedro Cameira já ,no ano seguinte, tinha lugar certo na equipa de seniores. O mesmo se passou, um ano depois, com o Mário Montes, o Alfredo Pires e o Mário Almeida.



Quanto à equipa de seniores de 1963, no início da época, como não tinha nenhum guarda redes, teve de recrutar dois, no Vigorosa, o Alberto Trancoso e eu próprio. O Trancoso tinha 19 anos e eu 33 e fôra, como já referi mais atrás, co-fundador da secção de oquei em patins no CDUP, em 1950. Um regresso às origens...



Na época seguinte, 1964,aos jovens que foram subindo dos júniores, juntavam-se, o Pinto Machado, o Carlos Fontes, o Tavares Fernandes, o Jorge Pereira, o Luis Salvador e o José Abreu, que se mantinham a actividade. Igualmente de referir que o José Abreu, - um dos "resistentes" de 1950 -, passou a ser o Chefe de Secção, dado que o Couceiro da Costa mudou a sua vida profissional para Lisboa.

Apesar de tudo o que ficou dito, foi uma época perfeitamente traumatizante!
Contràriamente ao habitual,os treinos não puderam iniciar-se em Outubro, mas apenas a 30 de Janeiro seguinte!!! Problemas técnicos impediram que houvesse energia eléctrica no Estádio Universitário. O que quer dizer que começámos a jogar, praticamente sem treinos, para lá do facto de, tão longa e imprevista paragem, ter tido efeitos desmotivadores nos atletas menos motivados...

Para além disso, -.que já não é pouco -, a saída de dois júniores importantes no plantel, bem assim como as subidas a seniores que acima foram referidas, impediram que o CDUP entrasse no Campeonato Regional de Júniores. Quer dizer: um passo para traz...

No meio de todos estes "abalos", ainda houve um facto extremamente positivo e relevante. A Associação de Patinagem do Porto instituiu a taça "Adelino Pinto" a ser atribuída ao Clube que com maior correcção tivesse disputado as provas organizadas por aquela Associação, e esse troféu foi atribuído ao Centro Desportivo Universitário do Porto! E no seu Relatório de Actividades, a Associação, exarou um Voto de Louvor aos atletas do CDUP pelo seu comportamento desportivo!

Numa época tão atribulada, foi uma medalha muito gratificante.

No Campeonato Regional da II Divisão, ficámos em 4º lugar, entre 9 Clubes. O que, atendendo às circunstâncias, é aceitável. Nesse ano ainda há que referir o facto de, o Carlos Fontes, ter passado a cumprir o Serviço Militar e, por isso, em poucos jogos poder ter dado a sua colaboração.


Carvalho e Castro

terça-feira, 12 de agosto de 2008

HISTÓRIA DO OQUEI EM PATINS NO CDUP - De 1950 a 1964 (Parte I)

Fotografia Histórica

1950- Os Fundadores da Secção de Oquei em
Patins no CDUP, na antiga Nave do Palácio de
de Cristal, no Porto.
lº plano: José Abreu,Eduardo Freire e Álvaro Cobeira
2º plano: Júlio Vidal, Carvalho e Castro e Manuel
Sepúlveda




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Apresentação


A História que se segue, é da autoria do Carvalho e Castro, - de seu nome completo, Antónío Alberto Coelho de Carvalho e Castro -, parecendo de muito interesse realçar ser ele um historiador inimitável, pois que, de entre todos nós, só ele acompanhou e viveu o nascimento desta modalidade no Centro Desportivo Universitário do Porto, - o CDUP... E ainda porque, à secção que ajudou a criar em 1950, veio dar um grande contributo, como jogador, como Chefe de Secção e , quando eu , por razões de saúde,tive de me demitir das funções de treinador, assumiu essa função e, como já era Chefe da Secção, passou a ser o responsável único da Secção de Oquei em Patins do CDUP.

Todos, "os-do-oquei-em-patins-do-CDUP", lhe devemos. pois, um profundo agradecimento, que eu aproveito para lhe transmitir através destas minhas palavras, a que, espero, as de outros se juntarão.

O texto que se segue é, como disse, da autoria do Carvalho e Castro e nele o autor è "impiedoso" para com o "temperamento" dos outros fundadores da Secção. Eu que, bastante mais novo, contactei com eles todos, acho que o nosso cronista fui um bocado duro para ele e os para seus colegas. Sobretudo quando afirma, como se lerá mais abaixo, que, de todos o jogadores ,"o único indivíduo normal era o Manoel Sepùlveda; qualquer um dos outros tinha uma "avaria"... Dos outros, em que ele mesmo se inclui... Tudo se resumia no facto de, todos, realmente com a excepção do Sepúlveda, passarem os treinos a discutir uns com os outros... E, ainda me lembro muito bem, o Sepúlveda, com a sua fleuma, metia-se de permeio a dizer, repetidamente: "Be gentlemen, be gentlemen..."

Bons tempos...

Fernando Ranito

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DE 1950 a 1964 (Parte I)


A criação da Secção de Oquei em Patins do CDUP teve origem no incumprimento, por parte do Académico Futebol Clube, da cedência do ringue patinagem para um um jogo do Campeonato Regional Universitário da modalidade. Vários atletas da Faculdade de Ciências, que eram jogadores das reservas do Académico, não aceitaram de bom grado a referida atitude.

A ideia nasceu do Eduardo Freire e teve o imediato acordo dos restantes jogadores, Júlio Vidal, José Abreu e eu próprio.

Os Campeonatos Regionais universitários realizavam-se em pleno Inverno, por isso houve muito tempo até ao início do Campeonato Regional da 2ª Divisão da Associação de Patinagem do Porto. Como não tinha havido acordo com o Académico e, ao abrigo da legislação vigente na altura, que permitia a saída de atletas para a formação de um novo clube, mesmo sem a concordância do Clube de origem,, inscrevemos, para além dos já referidos quatro jogadores, mais o Álvaro Cobeira e o Manoel Sepúlveda.

Os outros concorrentes ao Campeonato da 2ª Divisão da APP, eram o Escola Livre, o Vilanovense, o Paredes, o Educação Física da Senhor da Hora, o Desportivo da Póvoa e o Curia Sport Clube.

Tivemos um começo vitorioso mas a partir do quarto jogo entrámos em desnorte. Com a ida para férias do Júlio Vidal, começaram as "desgraças": num dos últimos jogos só tínhamos quatro jogadores, tendo sido obrigados a "colocar" como guarda redes ,o Ribeiro, que era o Chefe de Secção, embora estivesse inscrito, para qualquer emergência, e que nunca tinha calçado uns patins....

Como não tínhamos ringue, utilizávamos o do Estrela e Vigorosa Sport, dado o impasse criado com o Académico. Como também não tínhamos Treinador, um árbitro, que era de Espinho e se chamava Hilário, prestou-se a colaborar, para atenuar as nossas dificuldades, mas, a verdade, é que nós éramos uns tipos complicados...

Nos nossos treinos "artesanais" para completar os dez jogadores necessários para se fazer um jogo, apareciam sempre alguns júniores do Vigorosa e, de entre eles, será curioso destacar, o Fernando Ranito, que muitos anos mais tarde viria a ser, durante tantos anos, Treinador e jogador do CDUP.

Nós fazíamos passar a imagem de que tanto nos fazia ganhar como perder e, em relação aos adversários a teoria "pegava", mas bem no nosso íntimo não era bem assim; para imagem externa a teoria era eficaz!!!

E assim acabou a primeira época e na classificação final, ainda ficaram alguns clubes atrás de nós. O pior era que, na totalidade da equipa, o único indivíduo "normal" era o Manoel Sepúlveda; qualquer uns dos outros tinha uma "avaria"...

No ano de 1951 continuou a mesma indefinição, sem rei nem roque,"alguém" a fazer de treinador, mas sem tempo, disponibilidade e também sem grandes "saberes"; boa vontade qb... Recebemos um efectivo reforço, o Álvaro Guimarães, ex-junior do Académico e mais alguns pseudo jogadores para as falhas, - o Emílio Peres (Guarda redes), o Mascarenhas e o Alfonso Fernandez.

Nesse ano já concorremos ao Torneio de Abertura e ao Regional. Assim, à distância, creio que foi pior a emenda que o soneto. E como os jogos só davam para discussões no balneário, porque cada qual tinha a pretensão de que era um "Crack", no fim da época, o Sepúlveda e eu, resolvemos ir jogar para o Académico.

Portanto, na terceira época, houve movimentação de jogadores, com as saídas citadas, mas com o ingresso do Frederico Begonha, do Vigorosa e o Santos da Cunha, do Académico de Braga. Por essa altura a questão do treinador já tinha uma solução estável, com a colaboração do João Coelho de Almeida, ex jogador do Académico e treinador dos juniores desse Clube. Ao menos já existia alguém que conseguia pôr nos eixos uma anarquia generalizada... Também se conseguiu outro salto qualitativo com a entrada de um Chefe de Secção, o Serafim Oliveira, que conseguiu a vinda de vários jogadores, como o Telmo Pinto Basto, o Agostinho Carvalho, do Infante de Sagres, o Leal Seruca e ainda outros.

Na época de 1954, ocorreu um facto muito relevante na história do oquei no CDUP: a entrada do Carlos Pinto Machado, vindo do Colégio Militar, onde jogava oquei em patins. Com um espírito de verdadeiro lider, conseguiu que se começasse a formar um elevado espírito de grupo e, consequentemente, de laços de amizade, que até então só existiam em teoria... Espírito de grupo que se tornou numa das mais relevantes características desta Secção, e que leva a que, ainda agora, 50 anos passados, nos reunamos periodicamente em jantares, de convívio verdadeiramente fraterno. O Carlos Pinto Machado, para além de um exemplar capitão de equipa, foi, Chefe de Secção e chegou mesmo a ser Director do CDUP.

Um "sururu" num desafio particular em Viana do Castelo serviu de pretexto para a interrupção da actividade da Secção até final da época.Foi este o primeiro "stop" na actividade da Secção.

Na época seguinte assistiu-se a uma reorganização da equipa e a uma maior eficiência na chefia da Secção, já que o Pinto Machado se tinha que dispersar nas suas actividades, de jogador e dirigente; foi para Chefe de Secção um ex-Secretário Geral do CDUP, o António Couceiro da Fonseca. Também se conseguiu, embora em "part time", a colaboração do Manuel Correia de Brito como treinador e foi também a altura em que a Secção começou a reivindicar, junto da Direcção, a construção de um ringue, no Estádio Universitário, o que veio a obter, no ano de 1957.

Portanto, por aqui se vê que o ano de 1956, foi o ano da consolidação e da expansão, já que para além do já referido, entraram novos jogadores com crédito firmado que foram, durante muitos anos, a estrutura base da equipa : o Jorge Pereira, do Infante de Sagres, o Adriano Pimenta ,do Vigorosa e do Académico de Braga, o Carlos Tavares Fernandes, da San joanense. Tudo isto culminou com a conquista do primeiro título de Campeão Regional de 2ª Divisão, torneio onde então militavam clubes como o Valongo, o Leixões e o Boavista, com a consequente subida à primeira divisão regional. Foi na altura em que entrou, outro dos jogadores "de sempre" do CDUP: o Calos Manuel Sousa Fontes.

Com este conjunto de atletas e numa altura em que uma equipa era constituída por oito jogadores, sendo dois, guarda redes, o CDUP alcançou um feito histórico, conseguindo permanecer entre os Grandes da Associação de Patinagem do Porto, durante duas épocas seguidas!

(a continuar...no próximo fascículo)

CARVALHO E CASTRO