segunda-feira, 27 de julho de 2009

EPOCA DE 1968 - ENCERRAMENTO

Depois de termos ganho brilhantemente o Campeonato da II Divisão, seguiram-se as férias escolares de merecido descanso para os que tinham lutado por uma vitória difícil, e por isso muito saborosa e,simultâneamente, estudado, afincadamente, para passarem para o ano seguinte dos seus cursos, aqueles que ainda os andavam a tirar, como era o caso da maioria. De acordo com o regulamento então em vigor, o título de Campeão Nacional da II Divisão seria discutido, em duas mãos, entre os campeões do Porto e de Lisboa. Coube-nos o Belenenses como adversário, logo no começo da época seguinte.

Só que não podia haver época pior do que a altura do regresso das férias, para a equipa do CDUP: dois meses parados, sem treinos, avançámos para a primeira-mão, no ringue do Académico, pois o nosso ringue nunca teve bancadas; os nossos apoiantes, eram meia dúzia de amigos e amigas que viam os jogos em pé… Como era um facto importante, convidámos o Presidente do CDUP, o Sr. Dr. Jayme Rios de Sousa, que, de bom grado compareceu.

Confiados na campanha que nos tinha levado ao título, esquecemos os dois meses parados e sem treinos, e avançámos contra o Belenenses. Belenenses que, por acaso, tinha continuado a treinar… Resultado, - para nosso desgosto e perante a inédita presença do Sr. Dr. Jayme Rios de Sousa: Cdup 1 – Belenenses 5! Ao fim de e 10 minutos já andávamos todos a arrastarmo-nos pelo campo…

Havia a segunda mão, que seria disputada no Pavilhão dos Salesianos, no Estoril, passados 15 dias. Bastou esse pequeno período em que treinámos, para lá chegar e fazermos um bom jogo, dando uma réplica que não tínhamos dado no Porto. Sem o Pires, que estava no Serviço Militar, e os outros, a meio-gás, acabámos por perder outra vez, agora por 2x4, com 1x3, ao intervalo. Com a segunda parte que fizemos, talvez merecêssemos um pouco mais. Mas para “história” ficam estes números e uma nota, pessoalmente, de recordar. Quando, durante a tarde, nos descontraíamos, pelas ruas de Cascais, o “Mister”, chamou-me de parte e disse-me que iria eu jogar na baliza, em vez do Nunes. Fiquei contente, mas cheio de dúvidas, pois já não jogava a efectivo desde o Torneio de Abertura e, além disso, tinha 38 anos…. Mas o treinador confiou em mim e parece que cumpri o que de mim era esperado.

Para finalizar, e antes da constituição da equipa, uma informação gastronómica: os jogadores do Belenenses, ofereceram, a cada jogador, uma caixa dos famosos pastéis de Belém, que foram completamente devorados, no fim do jogo….E agora a equipa: Guarda redes, eu,(Carvalho e Castro), Luis Salvador, Rui Santos, Carlos Fontes, José Luis Lima, Mário Montes, Alfredo Cardoso da Silva e o José Nunes, como guarda redes suplente.

Como sempre que nos deslocávamos, procurámos tornar o passeio e a estadia, como um meio de confraternização, que sempre considerámos extremamente importantes. Deste vez, hospedámo-nos na Pensão dos Ingleses, no Monte Estoril, indo encontrar um ambiente de casais de ingleses reformados, que habitam na Pensão, criando um clima todo ele inglês. Foram dois dias inesquecíveis.

Carvalho e Castro